DRE: A importância de entender a saúde  financeira dos seus fornecedores

O que é Demonstrativo do Resultados do Exercício (DRE)?

O Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) é um documento contábil, elaborado anualmente, que oferece um panorama geral de como a empresa vem gerando as suas finanças. Com dados organizados por seções, fornece uma visão abrangente de todas as receitas e despesas ao longo de um período- geralmente o ano fiscal. 

De forma simplificada, o DRE apresenta receitas, despesas operacionais, impostos, culminando no lucro líquido do período em  questão, ou seja, qual o valor que a empresa ganhou (ou perdeu).

Qual a finalidade do DRE?

O DRE apresenta de uma forma mais organizada a real situação da saúde financeira da empresa quanto a gastos, lucratividade, valor pago em impostos, etc. Assim, torna-se uma importante ferramenta de gestão que direciona ações e tomada de decisão para os próximos períodos.

Com isso, o papel do DRE em uma empresa também assume outras proporções, como por exemplo: 

  • Avaliação do desempenho financeiro, permitindo que investidores e acionistas entendam o quão rentável está a empresa naquele período.
  • Facilidade em identificar onde a empresa está sendo eficiente ou não e como ajustar o orçamento para aumentar a lucratividade.
  • Comparação do desempenho real com as metas e orçamentos, sendo uma importante ferramenta para identificar desvios;
  • Identificação de tendências financeiras, como crescimento ou declínio de receitas.
  • Atração de investidores em potencial, que podem utilizar o DRE para avaliar a saúde financeira de uma empresa antes de investir na mesma.

Quem é obrigado a fazer o DRE?

Desde 2007, a apresentação do DRE é obrigatória no Brasil. De acordo com a Lei n° 11.638/07, as empresas que devem estar atentas à apresentação dos documentos são: 

Obrigatório:

  1. Sociedades por Ações (S.A.):Companhias abertas e fechadas,  independente do regime tributário ou tamanho
  2. Sociedades de Grande Porte: Empresas que não são S.A, porém atendem critérios de grande porte, com ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões.

Vale ressaltar que as companhias de capital aberto (aquelas onde o capital é formado por ações negociadas em bolsas de valores) não só devem fazer o DRE anualmente como também divulgar esses dados. Assim mantém os acionistas informados sobre o andamento do negócio.

Não Obrigatório:

Microempresas e empresas de pequeno porte, que não atendem aos critérios de grande porte e não são sociedades por ações.

No entanto, podem optar por fazê-lo para fins gerenciais ou outros motivos específicos.

Quem precisa apresentar o DRE?

Todas as empresas precisam fazer o DRE, exceto o MEI (Microempreendedor Individual). 

Vale ressaltar que as companhias de capital aberto (aquelas onde o capital é formado por ações negociadas em bolsas de valores) não só devem fazer o DRE anualmente como também divulgar esses dados. Assim mantém os acionistas informados sobre o andamento do negócio.

Qual a estrutura do DRE?

A estrutura do DRE contém várias métricas que representam operações financeiras e econômicas da empresa,  como por exemplo:

  • Receitas Operacionais (venda de produtos, prestação de serviços ou outras receitas operacionais); 
  • Custos dos Produtos Vendidos (CPV) ou Custos dos Serviços Prestados (CSP) (despesas associadas a matérias-primas, mão de obra, custos indiretos de fabricação, etc).
  • Margem Bruta ( quanto dinheiro sobra após a produção dos produtos ou serviç
  • Despesas Operacionais : gastos essenciais para um negócio operar como folha de pagamento, aluguel, conta de luz e água, financiamentos, etc)
  • Lucro Operacional: representa o lucro gerado pelas operações principais da empresa.
  • Outras Receitas e Despesas: Nessa parte, detalham-se receitas e despesas de outras naturezas, . Envolve receitas e despesas financeiras, bem como receitas e despesas não operacionais.
  • Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) :representa o lucro antes de considerar os impostos sobre a renda.
  • Imposto de Renda e Contribuição Social: valores devidos em impostos sobre o lucro da empresa, como Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
  • Lucro Líquido: representa o lucro efetivo da empresa após todas as deduções e impostos.

DRE: Como identificar pontos-chaves sobre a evolução do negócio?

Uma verdadeira análise do DRE não consiste em verificar dados isolados. É importante ter uma visão integrada para interpretar os resultados corretamente e entender a real performance da empresa. 

Você pode, por exemplo

  1. Comparar lucro bruto com receita líquida. Percentuais altos de margem bruta tendem a indicar uma boa gestão de custos.
  2. Analisar se a empresa está sendo lucrativa em suas operações principais
  3. Observe o crescimento das despesas ao longo do período a fim de entender se há necessidade ou não de ajustes operacionais.

Nesse caso, há dois tipos de análise de dados do DRE:

Análise vertical

A análise vertical é feita de cima para baixo ou baixo para cima e é muito utilizada para:

  • identificar a participação de determinado fornecedor
  • calcular o percentual de cada uma das despesas em relação ao faturamento bruto a fim de entender, por exemplo, se determinada despesa contribuiu para reduzir o lucro do período.

Análise horizontal 

A análise horizontal tem como intuito comparar valores atuais os de períodos anteriores a fim de entender a evolução da empresa no período analisado. 

Dessa forma, é possível identificar tendências e variações que podem impactar diretamente a saúde financeira do negócio, possibilitando uma  tomada de decisão mais estratégicas para alavancar os resultados da empresa. 

Onde consultar?

Como citado anteriormente, todas as empresas de capital aberto são obrigadas a divulgar DREs de forma pública, onde podem ser consultadas nos próprios sites das empresas ou Diário Oficial da União.

Se for uma empresa listada na bolsa de valores, existe a obrigatoriedade de disponibilizar o DRE trimestralmente e o resultado acumulado durante o período anual no site B3.

Qual a importância de analisar o DRE de um fornecedor durante o processo de homologação?

Ajuda a identificar se o fornecedor é financeiramente estável e com a capacidade de honrar compromissos. Fornecedores em dificuldades financeiras podem enfrentar problemas para adquirir matérias-primas, manter sua capacidade produtiva e cumprir prazos de entrega.

Além disso, o DRE também apresenta tendências se há possibilidade futura do fornecedor se tornar insolvente ou falir. Se isso ocorrer, a empresa contratante pode enfrentar a necessidade de substituir o fornecedor às pressas, gerando custos adicionais, riscos de qualidade e problemas de integração com novos parceiros.

Lembre-se também que fornecedores que apresentam prejuízos constantes podem ter dificuldades para pagar fornecedores, salários ou dívidas, o que aumenta o risco de inadimplência. E caso este fornecedor com amplas dificuldades financeiras não pague seus próprios colaboradores ainda pode haver o risco da empresa contratante ter responsabilidade solidária e ter que arcar com dívidas trabalhistas.

É possível automatizar a consulta do DRE?

Você pode verificar informações como o DRE do fornecedor com rapidez e eficiência, aproveitando o poder das plataformas tecnológicas de Homologação e Gestão de Risco de Fornecedores (SRM), acelerando suas decisões e reduzindo riscos.

A Gedanken, através da plataforma G-Certifica automatiza essa e outras consultas relevantes para o processo de homologação de fornecedores, com robôs acessando mais de 400 bases de dados públicas e privadas e, com base nas informações coletadas, compor o nível de risco. 

Além disso, a plataforma conta com um workflow inteligente de aprovação que envolve várias áreas da empresa, possibilitando uma tomada de decisão mais assertiva e estratégica, caso o fornecedor apresente algum tipo de risco para o negócio.

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